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Detinha Avelino: Despedida dos Amigos


Restavam-me apenas mais alguns dias de férias no Brasil e os meus amigos decidiram fazer uma festa de despedida. Como sempre, churrasco, caipirinha e muita cerveja. Estávamos numa quinta afastada e decidimos passar lá a noite. Éramos apenas cinco: eu, a Kelly, o Bruno, o Daniel e o André. A Kelly é minha amiga há anos e o Daniel é o seu namorado. O André mostrava-se bastante interessado em mim e o Bruno, pensava eu, mais interessado em si próprio.

A festa parecia estar perto do fim quando, já sem muito que fazer, começámos a brincar com a mítica garrafa da verdade. Roda dali e roda daqui, a garrafa apontou para mim. Os meus amigos disputaram quem faria a pergunta que eu não podia deixar de responder. Escolheram o dono da quinta para ser o meu carrasco. O Bruno é um pouco desengonçado, alto e magro, cabelos louros e jeito tímido. Esperava, por isso, que ele perguntasse algo fácil, como a minha idade ou talvez, pela insistência com que olhava para os meus seios, se tenho ou não silicone, mas ele simplesmente me encarou e disse: «Revista 21. Crónicas. Verdadeiras ou falsas?»

Todos em silêncio, à espera, e eu tive de me sair com esta:

«Em parte verdade, mas não no contexto descrito.»

«Quer dizer que não é assim tão atrevida como descreve?» Foi André a perguntar.

«Não, não é isso que estou a dizer. Mas o que acontece em Portugal fica em Portugal.»

A resposta misteriosa alimentou ainda mais a curiosidade deles e num par de segundos o André e o Bruno estavam com as mãos nas minhas pernas, para ver qual seria a minha reacção. Havia um imenso clima de excitação em todo o grupo e pareciam estar apenas à espera que eu dissesse sim. Sorri e decidi apimentar ainda mais a situação. Rodei a garrafa e sugeri novas regras de jogo: aquele para quem a garrafa apontasse deveria tirar uma peça de roupa.

A Kelly foi a primeira a ficar sem a blusa, mas em pouco tempo estávamos todos despidos e a começar uma grande e inesquecível festa. No final, o Bruno mostrou que de tímido não tinha nada e, quanto ao André, não houve forma de o sossegar, mas a grande surpresa foi mesmo a minha amiga Kelly, que simplesmente me ofereceu o seu namorado. Agradeci-lhe com um beijo e rimos muito ao perceber como os rapazes ficaram loucos por nos ver. Passámos a noite assim, como se estivéssemos enfeitiçados, tentando a cada minuto descobrir mais, sentir mais, gozar mais.

No dia seguinte, pela manhã, estava à espera de que alguém se saísse com algo como: «Meu Deus, como pude fazer isso?», mas, por incrível que pareça, estávamos todos muito bem resolvidos e, mal tomámos o pequeno-almoço, voltámos a deixar-nos levar pelo desejo.

Regressámos da quinta à tardinha. A Kelly puxou-me para um canto e disse: «Detinha, vê se não demora tanto tempo em Portugal porque realmente precisamos muito de você aqui.» Todo risonho, o Bruno interferiu, para me perguntar: «Será que vai ter coragem de fazer dessa noite uma crónica?» E eu, toda inocente e com uma piscadela, respondi: «Querido, o que acontece no Brasil, fica no Brasil. Mas, por curiosidade, aceda ao site da revista no primeiro dia de Abril.»

As gargalhadas deles foram estrondosas. É algo do qual sentirei realmente muitas saudades.

Por: Detinha Avelino
Detinha Avelino é uma escritora brasileira, residente em Lisboa. É autora dos livros eróticos «Seduzca Me» e «Pequeña Y Rara», escritos em espanhol, assim como de «Filha do Destino», sobre o qual pode encontrar mais informações aqui.

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