quarta-feira, 27 de Novembro de 2013

Alan Moore detesta que adultos gostem de super-heróis


«O escritor Alan Moore não tem tido mãos a medir nos últimos tempos. Além do novo título da Liga Extraordinária, The Roses of Berlin, o inglês também lançou o encadernado Fashion Beast.

A obra foi idealizada pelo músico, estilista e artista plástico inglês Malcolm McLaren, famoso empresário dos Sex Pistols, e serviria de base para um filme, mas acabou por ser transformada em BD. A história mostra o relacionamento entre Celestine, um recluso estilista, Jonni, a sua aprendiz, e Doll, a modelo preferida dos dois.

Para promover a obra Fashion Beast, Moore deu uma entrevista ao jornal inglês The Guardian. O escritor disse que McLaren queria fazer uma mistura do conto A Bela e o Monstro com a vida de Christian Dior. Inicialmente, o empresário queria inspirar-se noutros filmes, como Flashdance e Chinatown, mas Moore ignorou esses conceitos.

Disse também que se sente lisonjeado quando alguém diz ter-se inspirado nele, mas conseguiu desenvolver uma técnica própria, e deu uma alfinetada em Grant Morrison, que criou "uma táctica de basear algumas das suas narrativas no seu estilo".

Mas Moore lançou uma verdadeira bomba quando disse que não lia nada de super-heróis há uns 16 anos, e que este tipo de BD não representa nada de bom:

"Eu não leio nada de super-heróis desde que terminei Watchmen. Odeio super-heróis. Acho que são abominações. Eles não significam mais o que costumavam significar. Eles ficavam originalmente nas mãos de escritores que activamente expandiam a imaginação do seu público, formado por crianças de nove a 13 anos. Faziam isso muito bem. Hoje, a BD de super-heróis não tem nada a ver com essas crianças de nove a 13 anos. É uma audiência formada geralmente por homens, de 30, 40, 50, 60 anos. Alguém criou o conceito de graphic novel. Os leitores agarraram-se a ele, interessados numa maneira de validar o seu contínuo amor pelo Lanterna Verde ou o Homem-Aranha sem parecer de alguma forma emocionalmente subnormal. Eu não acho que o super-herói signifique nada de bom. Acho bastante alarmante ver adultos a assistir ao filme dos Vingadores e a deliciarem-se com conceitos e personagens criados para entreter crianças de 12 anos dos anos 1950."

O argumentista está a terminar uma obra de ficção chamada Jerusalém. Moore diz ter-se inspirado na obra do escritor americano John dos Passos e espera ter concluído o livro no final do ano.»

Via Diário Digital.

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