terça-feira, 30 de Julho de 2013

Lídia Jorge é uma das 10 grandes vozes da literatura


«A escritora Lídia Jorge foi considerada uma das “10 grandes vozes da literatura estrangeira” pela revista francesa Le Magazine Littéraire, ao lado da britânica Zadie Smith, do norte-americano Richard Powers, do Nobel chinês Mo Yan, da canadiana Alice Munro, do Nobel turco Orhan Pamuk, da norte-americana Laura Kasischke, do espanhol Enrique Vila-Matas, do norte-americano John Irving e do islandês Arnaldur Indridason.

“Lídia Jorge invoca, de uma forma polifónica, os múltiplos estratos do século XX português, privilegiando o olhar das mulheres sobre uma sociedade patriarcal, antes de mais frio, depois atormentado”, sustenta a publicação, num artigo assinado pela professora universitária Maria Graciete Besse a propósito do mais recente romance de Lídia Jorge, La Nuit des Femmes qui chantent (tradução de A Noite das Mulheres Cantoras, que saiu em França nas edições Métailié). Esta académica assina ainda um outro texto sobre a "ruralidade arcaica e maravilhosa” e "os mal-entendidos da transição democrática” que se encontram na sua obra.

Pierre Léglise-Costa, o tradutor e crítico que dirige a colecção Bibliothèque Portugaise na editora Métailié, também colabora neste dossier da Le Magazine Littéraire com um texto sobre o Algarve onde Lídia Jorge nasceu em 1946. Parte do seu primeiro livro, O Dia dos Prodígios, para retratar o Portugal da sua juventude. E, por fim, o jornalista e crítico Alain Nicolas aborda os romances de Lídia Jorge que “investem na memória colonial utilizando um mesmo procedimento: a narração de uma noite supostamente maravilhosa, que vai ser objecto de versões contraditórias".

No editorial da revista, assinado por Joseoh Mace-Scaron, é explicado que depois do sucesso do ano passado da edição em que escolheram “os dez romancistas estrangeiros que marcaram o ano literário” resolveram repetir a fórmula. Quanto a Lídia Jorge, escreve o director da revista, "é uma das principais figuras da literatura portuguesa" e tem "um estilo soberbo, manuelino”.

Joseoh Mace-Scaron realça "o gosto pelo humano" que se nota na obra da escritora portuguesa: "Em vez de voltar as costas ao mundo contemporâneo, Lídia Jorge agarra-o, espreme-o e faz com que dele saia a violência, a corrupção, a mentira e todos os nossos miseráveis pequenos segredos."

Lídia Jorge irá editar, na sua editora portuguesa Dom Quixote, um novo romance em 2014.»

Via Público.

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