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Detinha Avelino: Polícia x Bandida


Já estava de malas aviadas, preparada para o meu regresso a Portugal, quando a minha irmã me pediu que fosse ao centro de Vitória. Deu-me o seu carro, uma pick-up um tanto grande mas fácil de conduzir. Tinha andado pouco mais de três quilómetros quando fui parada numa operação Stop. Aproximaram-se dois polícias, que, sem modos, me pediram os documentos. Verificaram tudo e pareceram satisfeitos até terem dado com a minha carta portuguesa.

«Minha senhora, não pode conduzir aqui com essa carta.»
«Como não? Creio que tenho três meses para conduzir com ela antes de a trocar por uma daqui», expliquei.
«Sim, teria se tivesse autorização do Detran, mas pelo que vejo a senhora não se preocupou com isso, não é?»
«Não. Desconhecia. Tudo bem, o que fazemos agora?»
«A senhora será multada.»
Notei que o policia, um cabo de nome Marco, não tirava os olhos do meu decote e, por eu estar sentada no carro, tinha uma ampla visão para ele.
«Mais essa agora. Vou deixar o Brasil amanhã, nem sei se terei tempo para pagar uma multa. Não pode deixar passar isso?»
«Talvez.»
Pensei logo: «Não acredito que me vai pedir um suborno!!»
«Talvez», repetiu. «Se a senhora me deixar o seu contacto, poderia ligar-lhe mais tarde e dizer o que posso fazer.»
«Ah, do jeito que estou nervosa teria de ser você e o seu amigo a ligar para me acalmar.»
Quis obviamente debochar, dando a entender que ele não era o suficiente para mim, mas pelo grande sorriso que deu, vi que não tinha percebido.
«Está bem, pode aguardar, ligaremos ao final do dia.»

Fui às compras, regressei a casa da minha irmã e já nem me lembrava do ocorrido quando o telefone tocou. O cabo Marco apenas me comunicou que passaria por minha casa com o companheiro por volta das oito. Através da matrícula da pick-up tinham agora o endereço da minha irmã. Estava convicta que não aceitaria sair com eles, mas não queria perder a chance de lhes dizer pessoalmente. Arranjei-me com cuidado e, só por picardia, vesti um corpete branco com ligas e meias. Queria-me sentir sexy quando lhes desse uma nega. Pensei naquelas fardas pretas e botas de cano alto. Sempre tive a fantasia de estar com um homem fardado. Pensei nas mil coisas que faria antes sequer de ele conseguir descalçar as botas.

Chegaram à hora indicada. Desci quando me ligaram e espantei-me por ainda estarem fardados. Os vizinhos da oficina ao lado pararam para olhar. Era um pouco constrangedor ter a policia à porta, e talvez por isso, mais que pela excitação que aquelas fardas me causaram, aceitei sair para beber uma cerveja. Eles explicaram-me, porém, que não podiam beber em público assim vestidos, por isso fomos antes a um motel.

Medo, excitação e uma dose de rebeldia. Senti tudo ao mesmo tempo. Será errado uma mulher realizar a sua mais picante fantasia? Lembrei-me do meu marido a dizer que quando regressasse a Portugal deveria ser mais caseira e abandonar até mesmo o meu livro erótico. Pensava ele que, de tanto escrever e imaginar, eu já não sabia o que era ou não permitido. Esqueci tudo isso ao chegar ao motel. Tinha-o pedido, por isso não reclamei quando o cabo me algemou à cama e disse que eu precisava de aprender quem mandava ali. O sempre calado soldado Freitas começou a despir a farda, mas o cabo disse-lhe para permanecer assim. Tiraram-me o vestido e sorriram quando viram o que eu tinha por baixo. Parecia uma cena de um filme pornográfico. Segurei um sorriso, em silêncio. O que veio a seguir não poderia ser pior do que passar a vida inteira a imaginar essa cena.

Começaram com a boca nos meus pés enquanto roçavam o cassetete, também conhecido no Brasil por tereza, nas minhas pernas. Como num acto mil vezes ensaiado, subiram juntos pelo meu corpo e, ainda com o cassetete, penetraram delicadamente o meu ânus e a minha vagina. Fui levantada para que o soldado entrasse por baixo. As algemas tolhiam-me os movimentos e pedi que me soltassem. A minha voz pareceu despertar algo de negativo, pois o cabo decidiu amordaçar-me com a minha echarpe. Senti-me um pouco incomodada pela aspereza da farda debaixo de mim, e mais ainda fiquei quando o cassetete foi substituído pelo membro do Freitas no meu ânus. Entretanto, o Marco deitou-se por cima a mordiscar-me os mamilos. Penetrou-me sem delicadeza e a dupla penetração provocou-me lágrimas nos olhos. Mas isso pareceu excitá-los ainda mais. Olhei para baixo, para onde as botas de cano alto se encontravam, e, incrivelmente, fiquei louca de tesão. Era, afinal, a minha fantasia e estava a realizá-la.

Decidi relaxar e aproveitar cada minuto. As algemas magoavam, as fardas ásperas roçavam-me a pele, mas nada me tirou a excitação. Cheguei ao ápice primeiro e de seguida senti o membro do soldado inchar-se dentro do meu ânus. Doeu, mais ainda porque o cabo também fez o mesmo. Ficámos assim alguns minutos.

Quando me soltaram estava lânguida, embriagada, sem forças para me levantar. O Marco desculpou-se por as algemas me terem magoado. Eu sorri. Levantei-me a pensar em tomar um duche e eles seguiram-me até lá. Admirei-me com a cumplicidade entre ambos. Sabiam que tinham errado ao engatar uma mulher no período de trabalho, por isso foram muito delicados comigo. Quase pela manhã, novamente vestidos com as fardas, não resisti a dar-lhes umas despedida especial. Ajoelhei-me junto aos dois e fiz o que mais prazer me dá. Senti as mãos do Marco na minha cabeça e pensei que se se movesse para dentro da minha boca eu definitivamente me casaria com ele.

Saímos do motel por volta das seis da manhã. Bebemos um café e fizemos o que ainda nao tínhamos feito: conversar. Eles quiseram saber a hora do meu embarque, eu disse-lhes que seria à noite. O Marco brincou sobre fazer uma denúncia de que eu trazia droga na mala para ficar mais tempo por lá. Sabia que era só uma piada. Dei-lhes o meu e-mail e disse que regressaria ao Brasil no próximo Verão.

Despedimo-nos à porta da minha casa. Senti o meu corpo exausto, saciado, um pouco magoado, e lembrei-me do acordo que fiz com o meu marido. Sim, seria uma boa esposa, uma dona de casa normal, nem que para isso tivesse de deixar de escrever, frequentar um psiquiatra ou, sei lá, nascer de novo. Na verdade, já experimentei tudo o que o meu corpo e imaginação pediam. Ou quase tudo. Há só mais uma coisinha que eu ainda quero muito em Portugal: o editor da revista. Tão paciente, tranquilo e misterioso que parece mesmo «gostosinho».

Por: Detinha Avelino
Detinha Avelino é uma escritora brasileira, residente em Lisboa. É autora dos livros eróticos «Seduzca Me» e «Pequeña Y Rara», escritos em espanhol, assim como de «Filha do Destino», sobre o qual pode encontrar mais informações aqui.

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Detinha Avelino: Polícia x Bandida Reviewed by Revista 21 on 00:30 Rating: 5

1 comentário:

  1. Junior Rodrigues6 de maio de 2013 às 16:03

    Gostei imenso dessa cronica da escritora Detinha. Foi mais fundo no erotismo e não deixou nada por contar. Gostava de saber onde posso encontrar mais cronicas dela e se porventura escreverá para outras revistas. Obrigado.

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