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Detinha Avelino: Sexo mais que Sagrado


Estive vários dias a pensar em fazer como o Juvenal e escrever tudo o que pudesse a falar mal de sogras e do quanto elas conseguem «empatar uma foda», mas decidi lembrar-me que algo de bom surgiu com a presença dessa terceira pessoa na minha casa: realizar mais uma fantasia. Tudo começou com um inocente passeio ao Castelo de Sesimbra, quando decidi ver a vista da cidade do alto das muralhas. É evidente que, para uma idosa, a subida não foi possível e, por isso, fomos apenas eu e o meu marido. Lá no alto, completamente sozinhos, iniciámos uma nova aventura: fazer amor em lugares exóticos (e perigosos).

Conseguimos a proeza em Sesimbra, no Jardim Zoológico, em Belém e, incentivados pela facilidade da coisa, decidimos alargar os horizontes pelos caminhos de Espanha.

Passeávamos a três, em Trujillo, e a minha sogra queria conhecer todas as igrejas e castelos que via. Entrámos numa igreja e ela, toda devota, ficou a rezar enquanto subíamos para ver a torre. A vista era maravilhosa. Permanecemos lá algum tempo, tirámos fotos e todos começaram a descer, incluindo eu, até que percebi que o meu marido tinha desaparecido e, enquanto o procurava, escutei um assobio. Olhei e vi uma pequena abertura, vedada por fitas para que lá não entrassem. Era uma estreita passagem com degraus, intencionada, creio, a uma possivel fuga dos monges. Descia de frente quando o meu marido disse que o devia fazer de costas, por não haver espaço para me virar no fundo. Percebi que era uma armadilha quando o senti por trás, já com as calças em baixo. Parei um pouco a pensar no risco que seria fazer amor num local daqueles, mas ao mesmo tempo senti a necessidade daquele momento para apimentar a nossa vida. Subi a saia e a coisa estava a ficar muito quente quando ouvi barulhos de sinos próximos. Ainda lhe disse que não ia ser possível, mas todos sabem como são os homens quando estão excitados, não ouvem nada, e por isso cedi, pensando que talvez nos safássemos mais uma vez. Entrei no clima de excitação e tudo teria corrido bem, não fosse por um detalhe: começaram a cantar uma Ave Maria, mesmo por baixo de nós. Percebi que, não sei como, estávamos em cima do pulpito da antiga igreja. Apesar de não ser católica, respeito todas as religiões e, vá, uma Ave Maria cantada em coro merece ao menos uma pausa. Mas o meu louco marido, ateu confesso, nem fez caso disso. Continuou a «bombardear» até gritar junto com o coro.

Ajeitei-me como pude e saí com muito medo que um raio caísse na minha cabeça, mas, por fim, ao deparar-me uma vez mais com a minha sogra, vi que tinha valido a pena tanta heresia. Encarando-me nos olhos, ela observou que estávamos estranhos. Eu disse-lhe que estranho era não aproveitar um lugar como aquele para gozar a vida. Regressei da viagem com os joelhos trémulos, a minha sogra desconfiada e o meu rico marido com um lindo sorriso nos lábios.

Por: Detinha Avelino
Detinha Avelino é uma escritora brasileira, residente em Lisboa. É autora dos livros eróticos «Seduzca Me» e «Pequeña Y Rara», escritos em espanhol, assim como de «Filha do Destino», sobre o qual pode encontrar mais informações aqui.

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Detinha Avelino: Sexo mais que Sagrado Reviewed by Revista 21 on 01:00 Rating: 5

1 comentário:

  1. Anónimo2 de janeiro de 2013 às 15:37

    Gostei, pois a mim tambem me exita os lugares proibidos para fazer Amor!!
    Parabens pelo texto.
    Beijinhos

    H.D.

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