Revista 21

Filipa Silva tem 28 anos e mora em Almada. É uma mulher de ideias firmes e espírito objectivo, que transporta nas palavras a poesia de uma alma sensível. Saiba mais de seguida.

Texto: Tiago Matos | Fotografia: Luís Costa

Quando me olho ao espelho...
Vejo-me como uma mulher que gosta de desfrutar a vida, da forma mais prazerosa e livre possível. Considero-me intuitiva, criativa, sensível, sonhadora, humilde e sincera. Gosto de abraçar as ilusões e os sonhos sem que, no entanto, deixe de ser uma pessoa realista e objectiva. Leal aos sentimentos e às pessoas que mais estimo.

Tenho como principal ambição...
Considero-me com uma vida equilibrada e apenas desejo saúde para que possa alcançar algumas metas que gostaria de conquistar, a nível pessoal. Profissionalmente, tenho a intenção de evoluir academicamente na área em que me formei, investindo num mestrado.

A minha maior conquista até hoje...
A meu ver, essa é uma pergunta um pouco ambígua, na medida em que considero que todos os dias são uma permanente conquista. Mas talvez ressalve a conclusão da minha licenciatura na área do ensino como uma das minhas conquistas.

Não há nada mais sensual que...
Um olhar que seja capaz de despertar muito mais do que um longo discurso.

Na música...
Tenho um gosto bastante eclético, variando entre rock, soul, blues e jazz. Contudo, no âmbito da música portuguesa, aprecio bastante Pedro Abrunhosa, Jorge Palma e Tiago Bettencourt.

Na escrita...
O Perfume de Patrick Süskind e A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón.

No cinema...
Florbela de Vicente Alves de Ó, por ser um retrato íntimo de uma das poetisas que mais admiro na cultura portuguesa. Um filme actual e encantador sobre uma mulher que viveu intensamente a vida e nos deixou o seu testemunho escrito de uma forma extraordinária.

O grande problema da sociedade é...
Na minha opinião, penso que um dos problemas mais perturbantes na nossa sociedade é o evidente «autismo» que existe no poder político perante a actual precariedade social. Sinto-me, por vezes, indignada com o facto de progressivamente nos tornarmos prisioneiros de uma tirania de economia. Somos um país de sonhos adiados, com demasiadas vidas em suspenso e, por vezes, excessivamente conformistas.

Pouca gente o sabe sobre mim, mas...
Nutro uma paixão pela escrita, nomeadamente poesia.

A nudez é...
Muito mais do que uma simples concepção estética, erótica ou anatómica. A nudez é a essência mais orgânica da nossa alma. A natureza mais básica dos nossos sentimentos. Infelizmente os preconceitos existem, porque ainda há quem encare a nudez como um mero apelo sexual. A meu ver, o nu artístico é a fotografia de retrato mais pura e simples, onde o difícil não é despir as roupas do corpo, mas sim deixar a alma vestir o nosso corpo.

Ser capa da 21...
Simboliza o reconhecimento pelo empenho, cooperação e seriedade que envolveu toda a execução deste trabalho de equipa com o fotógrafo Luís Costa.

No futuro pretendo...
Ter a possibilidade de repercutir outros trabalhos fotográficos sempre ligados a uma vertente mais criativa e artística. Fá-lo-ei enquanto sentir gosto e paixão por esta arte da imagem.

Aproveito ainda para...
Agradecer ao amigo e fotógrafo Luís Costa o seu convite e enaltecer a sua dedicação, perseverança e profissionalismo durante toda a execução deste ensaio. Foi um trabalho de difícil realização que se tornou claramente mais facilitado devido à segurança e à confiança que ambos partilhamos.


Artigo publicado na edição #09 da Revista 21